terça-feira, 28 de abril de 2009

Novo
Da última vez que me olhei no espelho, tive da fria superfície, que refletia minhas retinas desgastadas, a luz de constelações inteiras. E por de trás da cintilação aquele azul assombroso de proporções desconhecidamente vastas. Entre um bem e um repúdio, as vistas alumiam e quantificam brilhos.
Sabe a imensidão que toda sua fulgência provém delas. Que o pacto instituído entre o ar, as moléculas e os raios é balela. Elas asseveram seu propósito maior e sua existência sem igual, para que, dada a necessidade, venham nos presentear com toda sorte de amor ou de felicidade.
As estrelas endossam sonhos e enaltecem amores. Devido a permanente beleza, têm o poder de desconstruir solidões, com mãos etéreas que afagam os cabelos dos impuros e dos tristonhos, lhes fazendo crer que é possível retomar a vida. Revelam que, mesmo compostas por fluídos infinitamente compressíveis, embora nobres, mas ainda sim gases, podem empunhar uma configuração especialíssima. E serem estrelas. Cantadas, admiradas, intimativas e fortes.
O universo ressabiado as conhece bem. E não teimando em vacilar com nenhuma delas, se realiza em somente ser seu pano de fundo. Encerra seu mistério ostentando a glória de ser sua
preciosa retaguarda.
No meio do gigante marinho e dos corpos celestes, ganhei minha prenda. Não zombo do guarda-costas das purpurinas celestiais. Apenas vejo todos como fazem de meus olhos suas moradas. Insistentes a desvelar enigmas e deixar rastros de fulgor em mim.

3 comentários:

  1. Você sabe que toda vez que eu leio o que você escreve fico com a impressão de que existem mundos imensos dentro de você. Adormecidos. Tensionados. Me parece que eles têm uma força tão gigantesca que podem explodir a qualquer momento e te absolver de si mesma. Viva a sua energia!

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  2. Essa mulher tem que ser imortal!!! Um assento permanente na Academia Brasileira de Letras já!
    Adorei o texto Dri, parabéns!

    Daniel

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