domingo, 18 de julho de 2010

Desavergonhado

Fora das condições normais de reter nos meus olhos o mundo em preto e branco, esbarro entre as paredes, me perdendo na simetria das coisas palpáveis do agora. Entorpecida de nós dois. Tecendo uma fantasia, como quem debulha seus próprios sentidos da forma mais perfeita e nua. Vejo-me na parte onde bem me tocas e te trago nas ternas e cálidas lembranças, que atrevidas manipulam o ar... Insistente a fugir.

Palavras tornam persistentes os sentimentos e povoam meu riso desatado, enquanto a razão busca a compreensão do que temos. Esse trânsito, entre o explicável e o que se é, fracassa. Se perde na minha boca muda... Incapaz de destrinchar o que o cérebro percebe, mas... Perspicaz e desavergonhado, prefere deixar escondido.